Trechos da minha impaciência – parte IV


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O que sou e/ou como me vejo dentro dos “ditames constituídos” afim de orientar a nau das minhas inclinações pessoais? Como consigo tratar inequivocamente a sociedade em que vivo e que me mata? Vejo-me na alma de um cavalheiro acercado por vícios de linguagem, de roupagem, de leitura e em que nada traduz o que eu gostaria de entender por…burlesco. Qual papel devo representar neste habitat reduzido, parco espaço para o abraço que eu alcanço? Isto é um ambiente corporativo? É nocivo! É machista, feminista, etnocentrista, xiita? É tudo e me falta uma gama de possibilidades que não estão na pauta das discussões.

Quando voltei da manifestação em apoio à MARCHA CONTRA A CULTURA DO ESTUPRO, encontrei um indígena que não estava entre os seus brasileiros e; me pediu uns trocados; trocamos

Dos primórdios aos modernos – nota de esclarecimento


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Afundaram o Titanic – sim, o Titanic afundou, já tem tempo isso. Talvez seja interessante explicar o fato, para os mais desavisados ( não podemos nos descuidar “deles” ): o navio começou a ser construído em março de 1909 e foi lançado ao mar em maio de 1911. Foi projetado para ser, a sua época, o navio mais luxuoso e seguro do planeta e sua viagem inaugural só ocorreu em 10 de abril de 1912. Mas um fato especialmente sombrio, aguardava o Titanic para produzir história. A portentosa embarcação, colidiu com um iceberg às 23:40 de um sombrio 14 de abril, com mais de 1500 passageiros a bordo e; afundou na madrugada do dia seguinte…
Esclarecidos os fatos, podemos nos ater ao propósito deste texto! 


“Afundaram o Titanic”. Sob a ótica da 8ª maravilha do mundo , um filme absolutamente romântico , arrebatador na sua essência ; um clássico .Toda mulher romântica se vê envolvida pelo enredo , de vez que precisa tanto de amor , quanto de ar para respirar.

No filme, Jack e Rose formam as personagens centrais da trama. Pertencem a mundos distintos, poderíamos nos utilizar, salvo as proporções, das figuras emblemáticas, da rainha e do plebeu. Naturalmente que um contexto assim tão fortemente engendrado, fascina o imaginário humano desde que o mundo é mundo. São arestas a aparar e isso por si só, é fascinante.

Todo o enfrentamento social: apelo familiar
versus paixão , estão em jogo ( o que deve direcionar as decisões ? ) . Ainda pode-se contar com uma atmosfera providencial; tudo acontece dentro de um navio maravilhoso, na pompa e na elegância e aí; a aplicabilidade de uma paixão é elevada à décima potência!
Não existe a menor possibilidade de uma moça “bem nascida”, não ser atingida por uma flecha de encantamento.

Natural. São naturezas que não estão mais em voga nos noticiários. As relações de afeto ficaram em segundo plano no mundo moderno e em muito, isso se deve ao fato de que somos norteados por indicadores capitalistas e tendenciosamente não se avista meios de brecar essa desorganização do comportamento.

Mas ainda há esperança para alguns coraçõezinhos esburacados. Nem tudo está perdido.


Numa versão em muito , menos glamourosa , soltaram os bichos ( leia-se ” tigrões ” ) nos bailes funk , donde toda e qualquer letra esbarra em malfadados e enfadonhos versos musicados que erotizam e/ou sexualizam a mulher , seu único alvo . Essa mulher , abnegada de toda crendice  romântica e sim prática , usa de métodos persuasivos ( leia-se ” rebolativos ” ) para atrair os seus ” tigrões ” , os ” Jacks ” do funk .

Assim temos duas situações : a mulher romântica , em seu microcosmo de flores e amores e a funkeira , a ” cachorra ” e ” preparada ” penélope da atualidade . A primeira , sonha com príncipes em cavalos brancos ; a segunda , quer diversão , independente dos riscos , com o estereotipo dos muitos decotes e pouca roupa . É assim : a mulher romântica respira poesias , preocupa-se com o caráter e o sorriso inquebrantável no seu homem ; a segunda , recorre ao erotismo de suas curvas à mostra para ” fisgar ” o seu . Reflexo do que chamamos hoje de ” mídia ” ? Tudo tem seu preço no universo funk . Com coreografias voltadas para valorizar o seu ” derrier ” ( leia-se bumbum ) , a funkeira mostra a que veio , numa real alusão ao detrimento dos valores . Para a mulher romântica , trata-se de um : bem vindos à loucura !


Nota de esclarecimento, do autor:


o texto acima, tende a ilustrar as vicissitudes do comportamento humano frente às culturas de um mesma sociedade. Longe de mim insinuar e/ou manifestar a minha dificuldade de compreensão em relação às manifestações de ambiente, hora, local e razão.

Do meu ponto de vista,  tornam-se pífias, as possibilidades de qualquer pessoa sem acesso educacional de qualidade, que potencializem o seu entendimento e o  discurso; compor letras de manifestação estética/poética, providencial.

Em suma, em se vivendo em circunstâncias de desfavorecimento social de toda monta, escreve-se sobre os seus aspectos, suas vivências e há tudo de correto nisso. Do mesmo modo em que me pego apaixonado pela métrica do cordel e não me vejo habilitado para o mesmo expediente…